quinta-feira, 16 de junho de 2011

Entrevista com Dr . Professor Fernando Gonçalves

Olá professor Fernando meu nome é Tânia sou do primeiro semestre de odontologia e gostaria de fazer uma entrevista com você ficaria agradecida se me respondesse
Obrigado

Qual sua experiência na odontologia ?
Atendo em clínica própria a 11 anos, com dedicação a prótese e clínica geral.
A quanto tempo exerce a profissão ?
11 anos aproximadamente
Que outras atividades você exerce ?
professor de nível superior
Qual o motivo que levou você a escolher odontologia ?
admiração pelas práticas inerentes a profissão
Fale um pouco sobre sua trajetória profissional ?
Me formei no mês de abril de 1999 e ingressei de imediato no mestrado em Eng Biomédica somente iniciando as atividades clínicas no inicio do ano de 2000. Trabalhei 4 anos em um bairro da periferia da cidade de João Pessoa - PB e logo me mudei para a cidade de Juazeiro do NOrte, onde estou até hoje. Nesse período na cidade de Juazeiro, tive três experiencias na área docente, uma na Faculdade Santa Maria, na cidade de Cajazeiras por 1 ano e meio, logo em seguida em duas outras faculdades, sendo uma a Faculdade de Medicina de Juazeiro do NOrte, esta num periodo de 3 anos, e outra na Faculdade Leão Sampaio, onde estou a aproximadamente 7 anos.
Que mensagem você deixaria para os alunos da odontologia ?
Invistam o máximo que puderem na formação profissional de vocês, dediquem-se, sejam curiosos e busquem sempre o melhor conhecimento, pois o sucesso espera por vocês.

domingo, 5 de junho de 2011

Fim dos Fichamentos

     Consegui concluir os Fichamentos, e tive a oportunidade de ler vários artigos sobre algumas Síndromes, esse foi o tema que desenvolvi, nossa! Tem muitas Síndromes complicadas, que maltrata que sem culpa esses inocentes sofrer e tem que vencer algumas batalhas: de dor, preconceitos e limitações...

Obrigada, prof. Flávio, valeu o sacrifício...

10º Fichamento de Genética


Síndrome de Edwards ou Trissomia do 18

Descrita em 1960 por John H. Edwards, hoje a trissomia do 18 apresenta trissomia regular sem mosaicismo, isto é, cariótipo 47, XX ou XY, +18. Pode haver uma translocação envolvendo todo ou a maior parte do cromossomo 18, capaz de ser original ou herdada de um genitor portador balanceado. A trissomia também pode estar presente na forma de mosaico, com uma expressão variável mas geralmente mais leve. Ainda não se identificou a “região crítica” da trissomia do 18, mas a trissomia parcial de todo o braço longo produz o fenótipo típico da trissomia do 18. A incidência é de cerca de 0,3 por 1000 nascimentos.
Cariótipo
A Trissomia do 18 está associada à idade materna, pois grande parte dos casos são originados de mulheres com mais de 35 anos de idade.
Características dos Portadores
Os portadores apresentam retardamento físico e mental, defeitos cardíacos. O crânio é muito alongado na região occipital. O pescoço é curto. O pavilhão das orelhas é dismórfico, com poucos sulcos. A boca é pequena e triangular. Grande distância intermamilar. Os genitais externos são anômalos. O dedo indicador é maior do que os outros e flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas arqueadas. As unhas costumam ser hipoplásticas e atrofiadas.
A morte ocorre em geral antes da primeira infância, aos 3 ou 4 meses de idade, mas pode ser protelada há quase 2 anos.  Sind. De Willians
Características:
As características principais da doença são: atraso mental, atraso do crescimento e, por vezes, malformação grave do coração. O crânio é excessivamente alongado na região occipital e o pavilhão das orelhas apresenta poucos sulcos. A boca é pequena e o pescoço normalmente muito curto. Há uma grande distância inter mamilar e os genitais externos são anômalos. O dedo indicador é maior que os outros e flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas arqueadas e as unhas costumam ser hipoplásticas.
Outras características:
Hipertonia (típica); Estatura baixa; Cabeça pequena, alongada e estreita; Zona occipital muito saliente;
Pescoço curto; Orelhas baixas e mal formadas; Defeitos oculares; Palato alto e estreito, por vezes fendido;
Lábio leporino; Maxilares recuados;Externo curto;Mão cerrada segundo uma forma característica (2º e 5º dedos sobrepostos, respectivamente, aos 3º e 4º dedos); Pés virados para fora e com calcanhar saliente;
Rugas presentes na palma da mão e do pé, ficando arqueadas nos dedos;Unhas geralmente hipoplásticas;
Acentuada má formação cardíaca; Anomalias renais (rim em ferradura) Anomalias do aparelho reprodutor;
Incidência:
Esta sintomatologia tem uma incidência de 1/8000 recém-nascidos, a maioria dos casos do sexo feminino, mas calcula-se que 95% dos casos de trissomia 18 resultem em abortos espontâneos durante a gravidez. Um dos fatores de risco é idade avançada da mãe. A esperança de vida para as crianças com síndrome de Edwards é baixa, mas já foram registrados casos de adolescentes com 15 anos portadores da síndrome.
Toda mulher, independente da idade, tem risco de ter um risco cromossômico em seu feto. A maioria dos pacientes com a trissomia do cromossomo 18 apresenta trissomia regular sem mosaicismo, isto é, cariótipo 47, XX ou XY, +18. Entre os restantes, cerca de metade é constituído por casos de mosaicismo e outro tanto por situações mais complexas, como aneuploidias duplas, translocações. Cerca de 80% dos casos são devidos a uma translocação envolvendo todo ou quase todo o cromossoma 18, o qual pode ser herdado ou adquirido de novo a partir de um progenitor transportador. Estudos recentes demonstram que, na maior parte dos casos (85%), o erro ocorre na disjunção cromossômica da meiose materna, e somente 15% da meiose paterna. O primeiro caso de trissomia 18 foi descrito por Edwards, no ano de 1960, daí o nome Síndrome de Edwards. Cerca de 30% dos portadores da Síndrome de Edwards demonstram algum comprometimento do sistema nervoso central, sendo os mais freqüentes: alteração do padrão dos giros cerebrais, alterações morfológicas cerebelares, mielomeningoceli, anomalias do corpo caloso e hidrocefalia. Os pacientes apresentam, normalmente, atrofia cerebral de graus variados, demonstrada na tomografia axial computadorizada de crânio
Diagnóstico:
Esta doença genética pode ser diagnosticada ao nascimento, ou mesmo algum tempo depois, a partir de ser aspectos dismórficos (por se tratar de uma síndrome extremamente complexa, as más formações descritas na literatura são diversas, seguramente mais de 150), os quais podem variar ligeiramente, mas que constituem um quadro sintomático anatômico comum

9º Fichamento de Genética

Saiba como lidar com as pessoas com Síndrome de Down!

Embora as pessoas com síndrome de Down tenham características físicas específicas, geralmente elas têm mais semelhanças do que diferenças com a população em geral. As características físicas são importantes para o médico fazer o diagnóstico clínico; porém, a sua presença não tem nenhum outro significado. Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta todas as características; algumas podem ter somente umas poucas, enquanto outras podem mostrar a maioria dos sinais da síndrome.
No que se refere à inteligência e escolaridade, as condutas terapêuticas fizeram, também, grandes progressos. Hoje, muitos indivíduos portadores da Síndrome de Down são alfabetizados e estão inseridos no mercado de trabalho. Não podemos perder de vista, entretanto, que essas conquistas não estão ao alcance de todos os pacientes. Elas dependem, principalmente, de condições familiares propícias, do tratamento precoce e adequado e das oportunidades oferecidas pelas comunidades em que vivem.
A sociedade atual não aceita conviver com as “diferenças” entre os indivíduos e tem o que podemos chamar de “péssimo hábito” de discriminar aqueles que não apresentam um padrão pré-determinado de conduta. As pessoas com síndrome de Down não se enquadram, certamente, neste “padrão” estabelecido e são, portanto, rejeitadas sem muitos argumentos. Isso é conhecido como “pré” conceito, ou seja, a rejeição antes mesmo da tentativa de inclusão.
Existem algumas medidas que podem ser tomadas a fim de favorecer o processo de inclusão social do indivíduo com síndrome de Down:
• Esclarecer a população sobre o que é síndrome de Down;
• Não gerar um clima apreensivo quando for receber em um grupo de pessoas comuns, um indivíduo com síndrome de Down;
• Favorecer o diálogo e a participação da pessoa com síndrome de Down em atividades escolares ou extra-escolares. Estimular as relações sociais em atividades de lazer, como esportes, festas, atividades artísticas ou turísticas;
• Não tratar a pessoa com síndrome de Down como se fosse “doente”. Respeitá-la e escutá-la.
Essas atitudes deveriam ser tomadas não apenas em relação às pessoas com síndrome de Down, mas também em relação a todas as pessoas com necessidades especiais.

Bibliografia
·   www.coladaweb.com
·   www.biomania.com.br
·   www.abcdasaude.com.br
·   www.fsdown.com.br

8º Fichamento de Genética

A síndrome de Dandy Walker


Definição:
A síndrome de Dandy Walker (SDW) é uma síndrome não familiar, caracterizada por dilatação cística do quarto ventrículo e por aplasia ou hipotrofia parcial ou total do vermis cerebelar. Geralmente apresenta atresiados forames de Lushka e Magendie. Em três quartos dos casos ocorrem outras malformações cerebrais como agenesia do corpo caloso, heteropsias, lissencefalia, estenose do aqueduto de Sylvius.
Características:
Malformação de Dandy Walker
O Sistema Nervoso Central é banhado em toda a extensão pelo líquido céfalo-raquidiano (LCR), cuja circulação deve ser livre em todo percurso desde o encéfalo (cabeça) até a medula (coluna vertebral). No encéfalo existe uma estrutura, o quarto ventrículo, com orifícios chamados de Luschka e Magendi, que são malformados na Síndrome de Dandy Walker e obstruem a passagem do LCR.
Em conseqüência, o LCR se acumula nos ventrículos cerebrais, prejudicando o desenvolvimento do cérebro e dando origem a hidrocefalia (acúmulo de LCR no cérebro), de grau variável, às vezes moderado e detectado pelos exames até excessivo provocando a hidrocefalia mais acentuada com aumento da cabeça (macrocefalia) e sinais graves como alteração visual, aumento da pressão do LCR, sofrimento cerebral, alterações das glândulas endócrinas, dificuldades motoras.
Em situações de menor gravidade, as crianças podem ter vida normal, são simpáticas, podem apresentar hiperatividade, dificuldade escolar, habilidade emocional, espasticidade muscular, retardo motor.
Um dos sinais a observar é a falta de fechamento das suturas do crânio (moleiras) pelo excesso de LCR, além da dificuldade de levantar o globo ocular (sinal do sol poente). Pode ser necessária a correção cirúrgica com o desvio do LCR do cérebro para o peritônio, reduzindo a pressão do LCR e seus efeitos nocivos sobre o cérebro.
Glaucoma/congênito;
-Malformações do sistema nervoso como agenesia do corpo caloso, manifestações oculares, hidrocefalia severa supratentorial, dilatação cística do quarto ventrículo
Pouco se sabe sobre malformações congênitas das estruturas da fossa posterior, suas alterações genéticas foram mapeadas para o cromossomo 3q, mas o gene ao certo não localizado, porém sabe-se que a base do processo de desenvolvimento das estruturas da fossa posterior é a natureza para as malformações cerebelares humanas. Sabe-se também que as estruturas cerebelares se desenvolvem precocemente no período embrionário até os primeiros anos pós-natais, este acontecimento deixaria o cerebelo vulnerável a um largo espectro de desordens do seu desenvolvimento.
O relato clássico, feito por Dandy & Blackfan em 1914, revelou caso sem autópsias com hidrocefalia severa supratentorial, dilatação cística do quarto ventrículo, vermis pequeno, afastamento dos hemisférios cerebelares, ausência do teto do quarto ventrículo, espessamento e opacificação da pia-aracnóide das cisternas da base do crânio e dilatação do aqueduto
Patogenia: É controvertida, porém a teoria mais aceita é a de que a folha do desenvolvimento dos forames de Lushka e Magendie, durante o quarto mês de vida fetal, leva ao abaulamento cístico do quarto ventrículo. Novas teorias propuseram que a SDW decorreria de uma falha no desenvolvimento no teto do rombencéfalo, tendo este como causa um efeito teratogênico. A SDW é uma entidade heterogênica de hipoplasia de vermis cerebelar, sendo recentemente identificado um gene associado à ligação com X-HPRT, também relacionado com doença de gânglios da base.
Tratamento clínico
É direcionado para as alterações detectadas em exame neurológico cuidadoso e confirmadas por exame de imagem (Tomografia cerebral computadorizada, ressonância magnética, em geral). Para diminuir o excesso de LCR podem ser utilizados diuréticos, como sintomáticos. Não há alimentação especial; como as crianças são pequenas, devem ser observadas as normas alimentares para a idade e dificuldades de ingestão.
Fisioterapia
É indicada para as dificuldades motoras observadas, junto com a estimulação sensorial em tratamento precoce, o mais possível. Ambiente com atenção familiar favorável é de grande importância
Incidência: Alguns estudos mostram uma incidência de aproximadamente 70% de relação entre a SDW e anomalias sistêmicas
Manifestações clínicas:
 Pode haver moderado atraso do desenvolvimento psico-motor, microcefalia, hipotonia, mas a sintomatologia predominante se refere à hidrocefalia, geralmente nos dois primeiros anos de vida, esta, porém, pode ser ignorada, aparecendo tardiamente (primeira ou segunda década de vida).A hidrocefalia se dá pela obstrução dos forames de Lushkae Mangedie.
Algumas alterações oculares são descritas na SDW, como: coloboma corioretiniano, nistagmo. Pode haver retardo mental (50%), espasticidade (ao invés de hipotonia), convulsões, vômitos, tudo dependendo do grau da malformação cerebelar.
Tipos:
Divide-se, a SDW em dois grandes grupos conforme as malformações anteriores para a determinação do prognóstico intelectual.
Em pacientes com vermis de duas fissuras e conformações praticamente normais, as funções cerebrais são também praticamente normais sem associações com outras malformações.
Já em pacientes com severas malformações do cerebelo, vermis com apenas uma ou nenhuma fissura, é comum o retardo mental severo e outras malformações do sistema nervoso central, como agenesia de corpo caloso.
Malformações cerebrais e suas variações:
São relatados na literatura casos de coexistência de grandes hemangiomas cutâneos faciais com a SDW.Outras síndromes onde coexistem malformações cerebrais e oculares são relatadas como síndrome de Neuhauser (MMMM - Megalocornea, macrocephaly, mental and motorretardation), onde são encontrados atrofia cortical, aumento do quarto ventrículo, hipoplasia do corpo caloso. Tudo isto considerado uma variante da SDW, juntamente com megalo-córnea. Há também a síndrome de Warburg que, além de malformações cerebrais como o cisto de Dandy Walker, apresenta micro-ftalmo e megalocórnea. Esta última também pode ser autossômica dominante ou ligada ao X, bem como associada à síndrome de Marfan.
Existem relatos sobre a relação de malformações da fossa posterior com nistagmo, sendo estas chamadas de síndrome cerebelo-oculo-renal. Outros, sobre síndrome do músculo-olho-cérebro de Santavour e que, além de hidrocefalia, hipotonia, fraqueza, aumento de CPK, há também alta miopia e glaucoma congênito. Há também o relato da chamada síndrome PHACE. Em um estudo entre pacientes com síndrome de Turner, um de seus 23 casos estava presente SDW.Para o diagnóstico há necessidade da ressonância magnética com imagens de boa qualidade da vista axial do vermis cerebelares imagens em T 2. Os achados neuroradiológicos são característicos, como a dilatação cística do quarto ventrículo e as alterações no vermis cerebelar, além de outras já citadas.
Malformações da síndrome de Dandy Walker e suas alterações oculares.
Alterações oftalmológicas na síndrome de Dandy-Walker. Coloboma corioretiniano;• Nistagmo;• Megalocórnea;• Microftalmo, - Megalocórnea e microcefalia
Tratamento:
A SDW deve sempre ser acompanhada pelo pediatra, neurocirurgião e um fisioterapeuta.
Em caso de convulsões, devem ser usados anticonvulsivantes.
Nos casos de hipotonia ou espasticidade, a conduta cabe ao fisioterapeuta. O tratamento da hidrocefalia sempre será cirúrgico, através de uma derivação ventrículo-peritoneal. Esta poderá ser feita por neuroendoscopia, comunicando o cisto do quarto ventrículo com o sistema ventricular, e este com o peritônio.

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7º Fichamento de Genética

Síndrome de Turner
Arq Bras Endocrinol Metab vol.45 no.4 São Paulo Aug. 2001
A SÍNDROME DE TURNER (ST), descrita na década de 40, é característica do sexo feminino e ocorre numa proporção de 1:2500 a 1:5000 nascimentos vivos. O quadro clínico é evidenciado pela baixa estatura, infantilismo genital, malformações e estigmas diversos. Está associada a diversas morbidades, que podem ser conseqüentes às anomalias congênitas, às doenças mais prevalentes, à falta de tratamento ou ao próprio tratamento e ao envelhecimento (1-6). Price (7), em 1986, em estudo realizado na Inglaterra, observou que a expectativa de vida nesta síndrome era menor que a da população geral, sendo de menos 13 anos no primeiro ano de vida e de menos 10 anos quando estas pacientes atingiam a idade de 40 anos.
As anomalias congênitas mais prevalentes são os estigmas diversos (palato em ogiva, cúbito valgo, epicanto e outros). As doenças cardíacas (principalmente as lesões do "coração esquerdo") e as renais (duplicidade do sistema coletor, rotação dos rins), ocorrem em cerca de 40% das pacientes (8,9). É descrita também uma alta incidência de outras doenças, como otite média, hipertensão, resistência insulínica, hipercolesterolemia, endocardite e doenças autoimunes, entre elas o hipotireoidismo, doença celíaca e o vitiligo (1,2).
Ocorrem problemas pela falta de tratamento. O hipogonadismo levaria ao envelhecimento precoce, osteoporose e risco de doença cardiovascular provocada pela falta da proteção estrogênica, a baixa estatura e a má qualidade de vida (8).
Quanto à iatrogenia produzida pelo tratamento, é relatado que o GH levaria a intolerância glicídica com hiperinsulinismo (10), aumento das deformidades ósseas e do número de nevus. As cirurgias corretoras costumam cursar com uma maior prevalência de quelóides. Os estrogênios podem agravar o linfedema e alterar as enzimas hepáticas. A progesterona levaria à intolerância glicídica e piora do metabolismo lipídico (11,12).
Quanto ao envelhecimento, são poucos os relatos do envelhecer na ST. Em estudo recente, Gravholt (6) sugeriu ocorrer uma diminuição do tempo de vida da ST conseqüente à maior incidência de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e fraturas, embora os riscos aumentados de fraturas seriam semelhantes para qualquer faixa etária.

6º Fichamento de Genética

Síndrome de Down e alterações de vias lacrimais
Arq. Bras. Oftalmol. vol.66 no.4 São Paulo July/Aug. 2003

OBJETIVO: Caracterizar as alterações de vias lacrimais em portadores de síndrome de Down.

MÉTODOS: Estudo retrospectivo descritivo envolvendo 11 olhos de 8 pacientes com diagnóstico de síndrome de Down, acompanhados no período de 1995 a 2001.

RESULTADOS: Todos os pacientes apresentaram quadro de dacriocistite crônica com obstrução no ducto nasolacrimal. Um paciente cursou também com canaliculite por Strepto- coccus sp e outro paciente apresentava ausência do ponto lacrimal inferior. Cinco pacientes foram submetidos à dacriocistorrinostomia, três à sondagem e intubação das vias lacrimais. A epífora foi resolvida em 4 olhos.

CONCLUSÕES: Existem poucos relatos acerca do comprometimento das vias lacrimais em pacientes com síndrome de Down. A caracterização e a resolução cirúrgica do mecanismo obstrutivo lacrimal são importantes, uma vez que há interferência na qualidade de vida desses pacientes. No presente estudo, verificou-se que a obstrução da via lacrimal ocorreu no ducto nasolacrimal. O prognóstico cirúrgico foi ruim em 83,4% das intubações e em 57,2% das dacriocistorrinostomias. Causas do insucesso cirúrgico podem estar relacionadas à maior fibrose pós-operatória nesses pacientes e à dificuldade de colaboração dos mesmos no controle pós-cirúrgico. Estudos posteriores são necessários para verificação das presentes observações.
Descritores: Síndrome de Down; Doenças do aparelho lacrimal; Dacriocistite; Dacriocistorrinostomia; Intubação/métodos.

Meu Painel da Gincana

Minha Molécula de DNA da Gincana Genética

5º Fichamento de Genética

Doença celíaca: a afecção com múltiplas faces
Pratesi R e Gandolfi L
 Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº5, 2005 357




Sem diagnóstico por prolongados períodos de tempo. Estudos indicam que o prazo para se chegar ao diagnóstico definitivo de DC pode ser extremamente prolongado, podendo ser superior a 10 anos. Esse fato constitui-se em exemplo da desnecessária demora em se alcançar o diagnóstico. Os pacientes enfocados no presente estudo podem ser considerados um exemplo da excessiva demora em se alcançar um diagnóstico definitivo de DC. Apesar de portadores de SD constituírem um reconhecido grupo de risco para a coexistência de DC e os cinco pacientes EMA-IgA positivos já terem idades compreendidas entre 6 e 18 anos, nenhum tinha sido previamente diagnosticado como sendo portador da doença. A prevalência de DC em populações européias ou de ancestralidade européia varia entre 0,3 a 1%, muitos casos provavelmente permanecendo sem diagnóstico por prolongados períodos de tempo6. No Brasil, os dados de prevalência disponíveis são ainda escassos, mas é provável que a prevalência em nosso país não esteja muito afastada das prevalências encontradas no Velho Mundo. Em um primeiro rastreamento de casos de DC no Brasil, efetuado entre doadores de sangue, Gandolfi et al. encontraram uma prevalência de 1:681 (0.14%), mas ela
não deve corresponder à real prevalência da população brasileira, já que a maioria de doadores de sangue testados era constituída por homens, presumivelmente sadios e sem anemia (sabe-se que a DC é mais freqüente em mulheres, numa proporção de 2:1, e a anemia é um dos seus sintomas mais freqüentes). Em estudo de prevalência mais recente, que tem o viés de ter sido efetuado em grupo de usuários de laboratório de análises clínicas em hospital geral, apesar de terem sido excluídos pacientes com queixas gastroentéricas, a prevalência encontrada em crianças foi de 1:185 (0,54%)8. Esses estudos levam a crer que a prevalência da DC no Brasil, se não for similar à encontrada na Europa, aproxima-se em muito dela. A DC pode ser considerada, mundialmente, como sendo um problema de saúde pública, principalmente devido à alta prevalência, freqüente associação com morbidade variável e não-específica e, em longo prazo, à probabilidade aumentada de aparecimento de complicações graves, principalmente osteoporose e doenças malignas do trato gastroentérico.

A DC é uma doença auto-imune que pode potencialmente afetar qualquer órgão, e não tão somente o trato
gastroentérico, como previamente se supunha. A sua eclosão e o aparecimento dos primeiros sintomas podem se dar
em qualquer idade. Como apropriadamente apontado no presente estudo, a forma clássica da doença, com sintomatologia diretamente atribuível à má-absorção, é presentemente observada numa minoria de pacientes. A ampla
gama de possíveis sintomas varia consideravelmente entre indivíduos, inclusive no mesmo indivíduo em diferentes fases da doença, o que sobremaneira dificulta o diagnóstico. A DC não tratada manifesta-se, freqüentemente, de forma
monossintomática, através de anemia resistente ao tratamento, dermatite herpetiforme, que pode ser considerada a expressão dermatológica da doença, menarca tardia e menopausa precoce, infertilidade, abortos de repetição, hipertransaminasemia, depressão, sintomatologia neurológica progressiva, principalmente ataxia e epilepsia associadas a calcificações cerebrais, osteoporose e hipoplasia do esmalte dentário. Expressiva parcela de pacientes, principalmente os identificados em estudos de rastreamento, relatam, antes do diagnóstico, um indefinível mal-estar geral, que aceitam como seu estado normal, apresentando nítida melhora após a instituição da dieta isenta de glúten.
A crescente importância da DC como problema de saúde pública, as dificuldades inerentes a seu diagnóstico, muitas vezes dificultado pela diversidade e nãoespecificidade de sua expressão clínica muito freqüentemente alheia ao sistema gastroentérico, sua progressiva gravidade se não diagnosticada a tempo e a existência de tratamento efetivo através de dieta isenta de glúten levantaram a controversa questão da validade da instituição de rastreamento sistemático da população geral9. O principal argumento levantado pelos que advogam essa
medida é o da potencialidade da DC para o aparecimento de complicações graves e o de que a prevalência da DC de
longe excede a prevalência de outras doenças para as quais já existem programas rotineiros de rastreamento, como é o caso do hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e deficiência auditiva congênita.
Essa medida é evidentemente desaconselhável, e mesmo inexeqüível em nosso meio, pelo menos presentemente, não somente pelos recursos exigidos, como também porque testes sorológicos negativos em indivíduos geneticamente predispostos não afastam a possibilidade de futuro surgimento da doença. Por sinal, os autores do estudo em foco muito apropriadamente recomendam o seguimento e a repetição dos testes sorológicos a cada 2 anos em seus pacientes com SD, devido à possibilidade de eclosão futura da DC. Em conclusão, para quais grupos de risco a aplicação sistemática de testes sorológicos está indicada? Evidentemente, os testes são obrigatórios em adultos e crianças com  a forma clássica da doença, caracterizada principalmente por diarréia crônica, flatulência, distensão abdominal e perda de peso. Um segundo grupo de risco importante, para o qual tanto os testes quanto atento seguimento estão indicados, são os parentes de celíacos. Nestes, a prevalência de DC pode chegar a 18%10. Testes sorológicos também são necessários nas já citadas síndromes genéticas: SD, síndrome de Turner e síndrome de Williams. São indicados em pacientes com outras doenças auto-imunes, principalmente diabetes tipo I, síndrome de Sjögren e tireoidite. São também indicados em pacientes com alterações neurológicas sem diagnóstico definido, principalmente ataxia e epilepsias de difícil controle associadas à calcificações cerebrais, além de pacientes com osteopenia/osteoporose e em portadores de dermatite herpetiforme. São aconselháveis,  a critério clínico, em pacientes freqüentemente monossintom áticos, que apresentam sintomas não-clássicos, tais como dores articulares, estomatites aftosas freqüentes, constipação crônica, defeitos do esmalte dentário, hepatite crônica ou hipertransaminasemia persistente, anemia ferropriva resistente ao tratamento, menarca tardia ou menopausa precoce, infertilidade sem causa aparente e baixa estatura. Em conclusão, o diagnóstico da DC depende, principalmente, de sua suspeita, mesmo e, acima de tudo, na ausência do quadro clínico clássico, uma vez que, atualmente, formas atípicas, monossintomáticas ou mesmo silenciosas são as mais freqüentemente encontradas.

Fonte: http://www.scielo.org/php/index.php

4º Fichamento de Genética

Estudo genético-clínico de 20 pacientes com
trissomia 13 (síndrome de Patau)
                                                                                                                            
Pediatria (São Paulo), 21(1) : 21-29, 1999

A trissomia13 constitui a terceira trissomia autossômica mais freqüente entre os nativivos. Foi  descrita em 1960 por Patau et al26. A incidência da trissomia 13 livre é estimada em 1:12.000 nativivos com uma proporção ao nascimento de 0,92 M:1 F6,20.As principais anomalias apresentadas pelos pacientes com trissomia13 consistem em baixo peso ao nascimento, retardo de crescimento e desenvolvimento,microcefalia, ulcerações no couro cabeludo (aplasiacutis), microftalmia, lábio leporino e/ou fenda palatina,orelhas displásicas, polidactilia pós-axial em mãos e/ou pés. Os recém-nascidos apresentavam freqüentemente hipotonia ou hipertonia, convulsões e crises de apnéia. A tríade característica - microftalmia, lábio leporino/fenda palatina e polidactilia - encontrava-se presente em 70% dos pacientes.

As principais malformações do sistema nervoso central (SNC) observadas são: holoprosencefalia, alterações cerebelares, agenesia do corpo caloso e hidrocefalia. A microftalmia constitui uma das principais anomalias oculares, encontrada em 35% dos casos37. São também freqüentes: coloboma de íris, catarata, displasia da retina e anoftalmia. As malformações cardíacas ocorrem em mais de 80% dos pacientes, sendo as mais freqüentes as seguintes: comunicação interventricular (CIV) (50-60%), persistência do canal arterial (50-60%), comunicação interatrial (40-50%), dextrocardia (20-50%) e coartação de aorta (10-20%). A CIV mais freqüente é do tipo infundibular (84%).
No sistema digestivo, as malformações foram encontradas em 50 a 80% dos pacientes24,37. As mais freqüentes são malrotação intestinal (20-30%), anomalias do baço (30%), displasias do pâncreas (10-20%) e divertículo de Meckel (10-20%).
Cerca de 60 a 80% dos casos apresentam malformações renais, incluindo rins policísticos (40-50%), duplicação da pelve renal ou ureter (10-20%), hidronefrose e hidroureter (10-20%)1,18. O achado histológico renal mais típico na trissomia 13 consiste em excesso de lobulação embrionária e na presença de microcistos corticais25. As anomalias do sistema reprodutivo ocorrem em 50 a 100% dos pacientes32. Nas meninas a disgenesia ovariana é um dos achados mais freqüentes6,24. Em 50% das meninas encontram-se graus variáveis de falha de fusão dos dutos müllerianos e é freqüente o útero bicorno, duplicação de vagina18,32. A criptorquidia ocorre em 60% dos meninos e a hipoplasia do escroto e do pênis em 44%.Os recém-nascidos com trissomia 13 apresentam alterações na composição da hemoglobina, havendo uma persistência da hemoglobina fetal durante o período neonatal em quase todos os casos. A mortalidade perinatal é bastante elevada na trissomia 13, sendo rara a sobrevida dos pacientes após o
primeiro ano de vida. A sobrevida média é de 130 dias6. O prognóstico é melhor nos pacientes que apresentam trissomia 13 por translocação ou trissomia 13 mosaico6,10,20. Somente 12% dos pacientes com trissomia 13 livre sobrevivem até um ano de idade, diferentemente dos casos de mosaico em que mais de 30% conseguem ultrapassar esse período10,20. A síndrome de Patau se deve à trissomia livre do cromossomo 13 em 80% dos casos6. Cerca de 15 a 20% dos casos são resultantes de translocações e 5% dos casos de trissomia 13 são mosaicos com uma
linhagem celular normal6. Os principais estudos sobre a origem parental do cromossomo extranumerário na trissomia livre do 13 mostraram uma origem materna em 85% e paterna em
15% dos casos15,30. Nos casos de trissomia 13 por translocação não havia diferença na proporção observada em relação à origem parental do cromossomo 13 extranumerário30,39.
Quanto ao aconselhamento genético, o risco de recorrência da trissomia 13 livre e da trissomia 13 em mosaico é inferior a 1%. Nos casos de trissomia 13 por translocação está indicado o estudo cromossômico dos genitores para verificar se um deles é portador de translocação balanceada envolvendo o cromossomo 13,o que acarretaria um risco teórico maior. Na prática, porém, o risco observado é inferior a 1% devido a grande seleção in utero. Aproximadamente 50 a 100 fetos com trissomia 13 são perdidos, sendo a grande maioria devido a abortos espontâneos, e apenas um desses consegue chegar ao nascimento.
A suspeita diagnóstica pré-natal da trissomia 13 pode ser levantada através da ultrassonografia fetal36, de dosagens bioquímicas no líquido amniótico (alfafetoproteína, gonadotrofina coriônica e estriol conjugada)16 e confirmada pela análise cromossômica fetal através da amniocentese12, da punção das vilosidades coriônicas4 e da cordocentese23.

3º Fichamento de Genética

Genética e linguagem na síndrome de Williams-Beuren:
Uma condição neuro-cognitiva peculiar
Natalia Freitas Rossi , Danilo Moretti-Ferreira, Célia Maria Giacheti

Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 18, n. 3, p.331-338, set.-dez. 2006.


A Síndrome de Williams-Beuren (SWB) foi descrita por Williams et al. (1961) e Beuren (apud Williams, s.d.) que observaram a presença de características faciais típicas associadas à estenose supravalvular da aorta, hipercalcemia infantil e deficiência mental em pacientes não aparentados. O diagnóstico clínico desta síndrome
baseia-se nas características faciais típicas, alterações cardíacas e um conjunto de características cognitivas e de linguagem que resultam em comportamentos comunicativos e sociais bastante peculiares a esta síndrome genética.
O aspecto facial da SWB é caracterizado principalmente por bochechas proeminentes, narinas antevertidas, filtro nasal longo, proeminência periorbitária, macrostomia e lábios volumosos. As alterações cardíacas mais comuns são a estenose aórtica supravalvular e a estenose da artéria pulmonar. O fenótipo inclui a presença de deficiência mental com prejuízo nas habilidades viso-espaciais e dificuldades de linguagem / aprendizagem associadas à personalidade extrovertida e falante (Montgolfier- Aubron et al., 2000). O perfil cognitivo da SWB, Syndrome Cognitive Profile (WSCP), é conhecido pelo prejuízo viso-construtivo que contrasta com o desempenho favorável para as habilidades verbais, as quais têm sido correlacionadas às facilidades para a memória auditiva. Esta afecção genética freqüentemente é de origem "de novo".
A terminologia "denovo" é utilizada para designar que esta síndrome é esporádica e confere baixo risco de recorrência familial.
A etiologia da SWB é uma microdeleção hemizigótica, isto é, a perda de uma das cópias dos genes, localizados na região 7q11. Aproximadamente 20 genes podem estar deletados nesta região cromossômica, dentre os quais se inclui o gene da elastina (ELN). O gene ELN está deletado em aproximadamente 96% dos casos de SWB Ewart et al., 1993), o que justifica a sua investigação para confirmação diagnóstica da SWB. A deleção do gene ELN pode ser identificada pelo estudo da região 7q11.23 pela técnica citogenética molecular Hibridização in situ por Fluorescência (FISH), ilustrada pela Figura 1B. O resultado FISH negativo para a deleção do gene ELN não exclui o diagnóstico da SWB, que deve considerar a presença de sinais clínicos típicos da síndrome e a investigação por
outras técnicas moleculares mais específicas para identificação de outros genes envolvidos. No Brasil, o uso do FISH tem sido divulgado como recurso diagnóstico associado ao estudo das características clínicas da SWB, com a finalidade de estabelecer parâmetros para a solicitação deste exame pelo geneticista (Sugayama 2001; Souza, 2003).

Características clínicas : O fenótipo da SWB é caracterizado por alterações cardíacas, sinais faciais e características de personalidade, cognição e linguagem. A sintomatologia cardíaca é o sinal clínico que freqüentemente permite o diagnóstico precoce da SWB, pois pode ser identificada nos primeiros anos de vida. Aproximadamente 75 a 80% dos casos com a SWB apresentam alterações cardíacas, sendo as mais freqüentes a estenose aórtica, em aproximadamente 65% dos casos e a estenose da artéria pulmonar em 38% dos casos (Sugayama ET al., 2001).
As características faciais geraram denominação algumas vezes polêmicas para esta afecção genética, denominada fácies de duende. A fácies de duende foi atribuída pela presença de dismorfismos faciais, caracterizados por nariz arrebitado, ponte nasal achatada, região orbital profunda, macrostomia, lábio inferior volumoso, bochechas proeminentes e filtro nasal longo. Atualmente, esta denominação deixou de ser utilizada por conferir aspecto pejorativo. Outras características clínicas podem estar presentes como: hérnia inguinal e umbilical; íris estrelada; característica vocal rouca; otite média recorrente; alterações dentárias; atraso no crescimento intra-uterino; baixa estatura e baixo peso ao nascimento. O baixo peso costuma ser persistente nos primeiros meses de vida, devido à dificuldades na alimentação e problemas gastrintestinais (Pankau et al., 1994; Souza, 2003).


sábado, 4 de junho de 2011

2º Fichamento de Gincana Genética

Síndrome de Down:
associação de fatores clínicos e alimentares em adolescentes com sobrepeso e obesidade
Psicol. teor. prat. v.11 n.1 São Paulo jun. 2009
                  Luciana Rodrigues Theodoro; Silvana Maria Blascovi-Assis
O objetivo do estudo foi identificar a ocorrência de sobrepeso e obesidade em adolescentes com síndrome de Down (SD) e estabelecer relações com alterações hormonais, cardiopatias diagnosticadas e alimentação. Participaram do estudo 40 adolescentes com SD e suas respectivas mães. Os dados foram coletados no ambulatório de um hospital em São Paulo a partir de tomada de medidas antropométricas, ficha sociodemográfica e questionário aplicado às mães. Dos participantes, 60% apresentaram sobrepeso e obesidade, acompanhados de alterações de tireoide (50%), cardiopatias (57,5%) e compulsão alimentar em (66,6%). Não houve relação direta entre o excesso de peso e a presença de cardiopatia. A combinação de diversos fatores pode interferir no ganho de peso nos adolescentes com SD, destacando-se as alterações metabólicas como o hipotireoidismo e a presença de busca compulsiva por alimentos.
A obesidade é definida como uma doença crônica de origem multifatorial que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo. Sabe-se que esse quadro vem aumentando demasiadamente nas últimas décadas, e por esse motivo são inúmeros os estudos que se dedicam ao tratamento dessa doença. Porém, a epidemia ainda é pouco estudada em pessoas com síndrome de Down, cujo quadro sindrômico, associado aos problemas de tireoide e defasagem de hormônios de crescimento, propicia um maior desenvolvimento da doença.
O reconhecimento da associação entre obesidade e SD ganhou maiores repercussões com estudos realizados que apontam para a maior prevalência de obesidade nesta população quando comparada à população sem síndrome. A SD, bastante descrita na literatura, é caracterizada por ser uma alteração cromossômica de origem genética. Entre as alterações clínicas características da síndrome estão as alterações de crescimento, endocrinológicas e cardiovasculares. Essas características chamam a atenção pela sua incidência, em torno de 51% para as cardiopatias e 50% para as alterações de tireoide. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi investigar o índice de massa corporal (IMC) de um grupo de adolescentes com síndrome de Down e estabelecer relações com a presença de alterações metabólicas, cardiopatias e aspectos comportamentais relacionados à alimentação – que também aparece como fator etiológico do quadro de obesidade. 
A pesquisa, de caráter transversal, foi realizada individualmente, com base em avaliação dos adolescentes, quando foram coletadas medidas de peso e altura para cálculo de IMC. As alterações clínicas relacionadas às disfunções de tireoide e à presença de cardiopatia foram checadas junto ao prontuário médico do próprio hospital. Os aspectos alimentares foram avaliados por meio de um questionário aplicado às mães e aos adolescentes.
Os 40 participantes do estudo foram divididos em dois grupos, de acordo com a classificação relativa ao IMC para os adolescentes:
·  Grupo 1: 24 adolescentes com IMC indicador de sobrepeso e obesidade (60%).
·  Grupo 2: 16 adolescentes com peso adequado (40%).
·  Aspectos clínicos: segundo os dados obtidos para os dois grupos (1 e 2), 20 entrevistados (50%) apresentavam hipotireoidismo, e, entre eles, oito (40%) faziam uso de medicação. O acompanhamento ambulatorial incluía a dosagem dos hormônios da tireoide (T3, T4 e TSH) pelo menos uma vez ao ano. Em relação às cardiopatias, 23 (57,5%) apresentavam comprometimentos do defeito do septo atrioventricular.
·  Padrão alimentar: segundo os dados obtidos para os grupos 1 e 2 quanto à quantidade de comida ingerida, os resultados mostraram que, de acordo com a percepção dos responsáveis, 16 (40%) comem mais que a maioria das pessoas, 16 (40%) comem igual às outras pessoas e 8 (20%) comem menos. Em relação ao tipo de alimento, 20 adolescentes (50%) preferem massa, seguida de carnes, com 8 votos (20%), salgadinhos, refrigerante e legumes com 3 indicações (7,5%), chocolates com 2 (5%) e por último frutas com 1 (2,5%).
·  Compulsão alimentar: em relação à busca compulsiva por alimentos, 26 participantes responsáveis pelos adolescentes (65%) referiram perceber esse comportamento em seus filhos, 11 (27,5%) referiram não observar compulsão alimentar nos filhos e 3 (7,5%) responderam que percebem ocasionalmente essa compulsão.
·  Análise do grupo com sobrepeso e obesidade: para os integrantes do grupo 1 (24 participantes com sobrepeso e obesidade), foi investigada a relação com o hipotireodismo, as cardiopatias e a alimentação compulsiva. Observaram-se 12 casos de cardiopatias, o que equivale a 50% dos participantes. O hipotireoidismo foi constatado com base em exames clínicos anexos ao prontuário em 13 casos (54,1%).
O índice de cardiopatias encontrado no grupo estudado foi maior nos adolescentes do grupo 2 – com peso adequado (62,5%) – quando comparado com adolescentes com sobrepeso e obesidade (50%).
Em relação à alteração de tireoide (hipotireoidismo), o índice é maior em adolescentes obesos (54,1%) contra 25% em adolescentes com o peso adequado.
A busca compulsiva por alimentos mostrou-se mais presente em adolescentes com sobrepeso e obesidade (66,6%). Em relação ao padrão alimentar de preferência por massas, salgadinhos e refrigerantes em detrimento de frutas e legumes, não houve diferenças nos dados encontrados para os dois grupos.
Com base nos dados levantados neste estudo, a presença de cardiopatias parece não ter se mostrado fator decisivo no desenvolvimento dos quadros de sobrepeso e obesidade em adolescentes com SD. Já as alterações de tireoide – o hipotireoidismo especificamente – exercem influência no desenvolvimento dos quadros de sobrepeso e obesidade em adolescente com SD, fato confirmado pela literatura consultada. Os hábitos alimentares descritos parecem exercer influência no desenvolvimento dos quadros de excesso de peso.